domingo, 29 de março de 2009

Amor e Pétalas


O poeta estava apaixonado. Mas ela nunca pensava nele. Nunca. Ligou o som de sua casa, e por incrível coincidência, uma música chamada "Never think" tocava no rádio. Nessas horas sempre aconteciam coincidências.
Mas o poeta estava apaixonado. E não sabia o que fazer com tal sentimento. Percebia a vida em extremos. Ou tudo muito colorido, mágico, ou tudo muito monocromático, escuro, real. Mesmo assim, tudo isso era onírico. O Estar apaixonado, o sentir-se apaixonado, fazia o poeta viver.
O Poeta não sabia como transcorrer com essa história. Ele estava apaixonado, e ela não não pensava nele. Ou pensava, como havia visto por uma mensagem recebida num dia qualquer. Numa hora qualquer.
E aquele momento qualquer passou a ter um grande significado para o Poeta. Por um segundo, ou menos, ela havia pensado nele. Não da maneira que ele gostaria, mas havia pensado. Já era um começo...
O coração pulsava forte; como se estivesse descontrolado. Suas pernas estavam fracas. Como se estivessem descontroladas. O Poeta então percebeu que ele estava descontrolado. Mas logo, muito logo, deveria retomar o controle.
Parou. Sentou. Abriu o peito. Como se estivesse abrindo a maior caixa-forte que possuia. E retirou dalí as diversas pétalas que ocupavam o coração. Que preenchiam seu Órgão vital. Ficou olhando por um tempo, raciocinando e racionalizando o motivo de elas ainda estarem alí.
Ela não merecia aquelas pétalas. Se nem pensava no poeta, como poderia ser a dona daquelas pétalas? Ele precisava encontrar a dona. Se ele não a encontrasse, aquelas pétalas morreriam. E isso não poderia acontecer. Era o volume de seu coração que estava em jogo.
O poeta sentia-se perdido. Não sabia o caminho que deveria começar sua busca. Mas sabia que era hora. Havia chegado o momento e ele não poderia correr.
Ela nunca pensou nele. Não do jeito que ele gostaria que ela pensasse. Não da maneira que poderia receber seu coração.

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