quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Verdadeiras Cores...


E a música se iniciou no iTunes. Era uma versão alternativa, que parecia tirada de um musical para televisão. Mas cumpriu sua função.

O Casmurro já se emocionara anteriormente com alguns acordes perdidos numa noite fria de verão, mas naquele momento, percebeu que cada um era um ser único.

E pensou na verdadeira cor de sua existência. E que possuía dentro de si, todo o espectro do arco-íris. Em momentos específicos de sua vida, sentia a vibração emanada por aquela cor.

Perguntou-se, como qualquer curioso metido a Alice, o que seriam cores? Mas logo tal curiosidade transformou-se em uma caçada pela sua verdadeira cor.

Em seu caminho, já havia presenciado diversos momentos escuros, claros, suaves, fortes, mas nunca havia descoberto aquilo que o definia. E agora, isto o incomodava. Não gostava de pensar na vida como um jogo, mas se via viajando perante as casas de um enorme jogo de xadrez. Mas qual seria sua verdadeira cor? Qual seria aquela que o definiria? Que mostrasse quem ele realmente era?

Perguntas que o Casmurro, fechado consigo mesmo, não conseguia responder. Sabia apenas, que "As Verdadeiras Cores são belas como o Arco-Íris", mas mesmo parecendo loucura, não havendo certeza de onde poderia chegar, sabia que ao final daquela busca, encontraria seu tesouro. E saberia que aquela cor seria a sua verdadeira cor. A sua verdadeira música. A sua verdadeira existência.

Tinha os olhos triste por profissão, tinha que te ser corajoso para enfrentar este mundo, mas sabia na força de sua verdadeira cor. E ao encontra-la, encontraria parte de si-próprio.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ao som da Decepção



Sentiu. Pensou. Sentiu. Pensou. Assim como as batidas do coração. Que se igualam ao bater de asas dos pássaros.

O garoto que até então não havia sentido aquilo, sentiu-se surpreso com a intensidade daquelas palavras. Daqueles argumentos. Daqueles verbos, pronomes, adjetivos, advérbios, enfim, daquela sintaxe pouco a vontade que lhe era dita. E percebeu que não estava sozinho.

Mas em uma noite chuvosa e fria de verão, o garoto descobriu a decepção. Encontrou a frustração. Naquela mesma noite, perguntou-se o que havia feito. Que contradição da vida havia presenciado e participado. E sabia a resposta. Não queria admitir, mas sabia a resposta.

O garoto estava perdido. Em seus planos, em seus sonhos, em suas abstrações. Estava perdido. Precisava encontrar o caminho que seguiria. Seus sonhos estavam na UTI, e ele deveria retira-los de lá o mais rápido possível. E percebeu que não estava sozinho.

O garoto com ares de fidalgo e metido consigo mesmo, como Dom Casmurro, conheceu a decepção e a frustração da pior maneira que imaginava. E descompensou. Descompassou. Desestruturou-se completamente.

As questões vinham como flechas. A sensação explodia como granadas em seu peito. O garoto metido consigo mesmo percebeu que deveria abrir as portas de seu coração, de sua mente e de seu espírito. Sentiu como aquele texto de Shakespeare, e tomou o aprendizado para sua vida. Para sua vida. Para sua existência.

Aquele garoto, que conheceu o amor, conheceu também a angústia da decepção. A decepção consigo mesmo. Aquela decepção tomou-o por completo quando ele se olhou no espelho. E desconheceu a imagem que viu.

A música ao fundo terminou e o silêncio, que pode dizer muito mais do aquilo que ser expressar, tomou o ambiente. Sentiu que não tinha nada mais a dizer, apenas a pensar.

E pensou sentiu. Pensou Sentiu. (tum tum... tum tum)...

Suas escolhas tinham levado-o pela maior estrada que deveria percorrer. E ele, em seu tempo, teve apenas que prosseguir seu caminho.

domingo, 10 de janeiro de 2010

2010 começa com AVATAR em 3D

O Cinema sempre foi uma grande paixão. Já quis ser cineasta, pois via nos filmes, belíssimas obras de arte iguais a Mona Lisa, ou Guernica...

Stanley Kubrick me mostrou que o cinema podia ser cruel, simples e simbólico, enquanto que Pedro Almodóvar me mostrou que ele poderia ser sincero, lírico e extremamente sentimental.

Em 2010 assisti Avatar em 3D. O Parque de Diversões havia chegado aos cinemas. A obra de arte do novo milênio ultrapassava o simples plano único e surgia, perfeitamente, perante os meus olhos. A obra de arte havia subido para um novo nível.

Assim como minha vida. Assim como minhas angústias e minhas realizações. Assim como minha existência.

Não é a toa que o ano comece com um filme em que o protagonista recebe uma segunda chance para recomeçar. 2009 foi um ano de segundas chances... E de crescimento.

O Cinema sempre me mostrou um mundo ideal. Um mundo que seria fácil viver, crescer e evoluir. Porém, a segunda chance veio com tentações, com travessias, e todo tipo de obstáculos. Tudo que a vida possui.

E Avatar surgiu como mais um Blockbuster de verão regado a $$$ com a mão de Titanic. Mas por outro lado, surgiu como um aviso de como uma segunda chance pode ser aproveitada.
E que a vida apresenta surpresas que não constam em nossos planos.