quinta-feira, 19 de março de 2009

A Flauta e o Sonho

O poeta sonhou com a flauta.
A tristeza parecia poesia. E tentava, todos os dias, descobrir o sentido das coisas...
Mas era querer saber demais.
O Teatro disse tais palavras. E o Poeta continuou.

Era uma vez a história de um poeta. Desbravador do mundo das idéias. A pedra de giz desenhava seu caminho. E ele via o pássaro, que lá longe, parecia um passarinho. Olhava para baixo e via uma borboleta que mais parecia uma flor. Pensou por um instante que o céu era feito de algodão, e que o sonho parecia verdade. Até que acordou.

O Poeta olhava para o mundo que não era dele. E pensava que o mundo era perfeito. Simples da maneira que imaginava.

Olhava pela janela de seu quarto, e via dias que pareciam noites. Pessoas que pareciam feias, mas que possuiam os corações mais bonitos. Olhava para a janela de seu quarto. E só pensava que os sonhos pareciam verdade.
O Poeta então perdia-se em seus pensamentos. Em seu mundo das idéias.
Acreditava que o sonho era verdade, esquecia de acordar... E acordado, continuava sonhando.
Sonhava com a flauta. E para ele, simbolizava a busca de sua essência. De sua totalidade.
O sonho era constante. A flauta era constante. Mas o poeta era inconstante. Possui a loucura e a lucidez. Possuia os conjuntos de contradições. Os kits de sobrevivência humana. Possuia o dom de sentir.
A flauta. O Poeta. O Sonho.
Através da espiral, o poeta ia se desenvolvendo. Ia aprendendo sobre a vida, sobre os sentimentos. Queria descobrir os verdadeiros sentidos das coisas. Mas algo dizia que era querer saber demais. Querer saber demais!
O Poeta juntava palavras e as transformava em pensamentos. Utilizava-se de sua intuição para criar o sentimento. Sempre de maneira introvertida. Sempre. E o mundo era perfeito. Em seus sonhos, que só terminavam quando acordava, o mundo era perfeito.
E o caminho do Poeta proseguia. Os pensamentos cada vez mais levavam-no para longe da janela de seu quarto. E o passarinho aprendia a bater as asas. E percebia que as flores pareciam conosco, pois éramos sementes do que estava por vir.
A flauta era o símbolo da musicalidade perdida da vida. O sonho era o desejo de voltar a encontrá-la. E o Poeta, era o meio termo. A flauta era o impulso. E o sonho, o objeto desse impulso.

O poeta percebeu o mundo e se percebeu. Aprendeu a lidar com a vida e descobriu que o mundo não era perfeito. Tudo isso da janela de seu quarto.

Texto Baseado na Música: Sonho de uma Flauta (O Teatro Mágico)

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