segunda-feira, 23 de março de 2009

O Herói da História


E o herói matou o dragão.
O Protagonista era um homem forte. E sabia que aquele não seria o único dragão que deveria enfrentar.
Sentiu o peso da lança em suas mãos. E a leveza do espírito em sua mente.
O Herói, o protagonista, o personagem principal de sua história, queria mesmo que a vida o surpreendesse. E que tudo aquilo que certa vez o deixou enfraquecido, fosse embora.
O Herói era a pessoa mais forte que conhecia. Vencia dragões, bestas e monstros com os olhos fechados. Era corajoso, forte, destemido. Seu escudo o protegia de todo o mal. Mas também não o deixava ver as maravilhas de sua vida.

O Herói se escondia debaixo de sua própria armadura. Sua lança enorme afastava tudo e todos, e seu escudo blindava sua visão.
E o Herói prosseguia seu caminhar. Seu caminhar errante.
Descobria vilas, salvava vidas. E conhecia pessoas.
Pessoas que passavam. O Herói sentia-se sozinho. E a solidão apenas aumentava quando percebia que o rumo de sua vida o levava para a solidão. Não acreditava em destino, ou melhor, acreditava que era dono do próprio destino, e como tal, conseguiria ele mesmo mudar o rumo de sua vida.
Acreditava porém, no amor. E na paixão. E em seus sonhos, a solidão tenderia a passar.
O Herói prosseguia sua vida entre batalhas contra monstros externos e assombrações internas.
A facilidade com que exterminava um dragão era elogiada pela população dos vilarejos que passava. Porém, apenas ele conseguia entender o tamanho da batalha que realizava todos os dias em seu coração.
O Herói sabia que ele era o protagonista de sua história. Sabia que apenas ele seria responsável por seu caminhar. E sabia também que em algum momento, em alguma hora, deveria soltar o escudo e fincar a lança.
E libertar-se de sua armadura, e apegar-se à si-próprio. E sentir o real sentimento que brotava de seu coração. O Herói percebeu que gostaria de salvar a mocinha quando matasse o proxímo dragão. O problema, é que ele não sabia se haveriam mais dragões para matar...

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