sexta-feira, 27 de março de 2009

O Labirinto do rapaz

Hoje o dia estava escuro. Nublado, eu diria. Assim como alguns dias atrás. Os dias na verdade aparecem mais tranquilos. Menos agitados. Mais calmos... É assim que surgem.

O dia e a noite estavam mais frios. Daquele frio com neblina. Daquele frio que pede um cobertor.

Hoje o rapaz não viu a lua. Não deu pra procurá-la, pois estava perdido em seus próprios pensamentos. Hoje ele não conseguiu enxergar as estrelas, e nem participar da apoteóse do Universo.

Hoje o rapaz estava apenas consigo mesmo. Hoje o rapaz estava mais introspectivo do que ontem, quando o sol quente, surgia no céu. Hoje o rapaz não se perdeu em seus pensamentos. Hoje o rapaz percebeu que o amanhecer e o anoitecer são muito mais parecidos do que imaginava. E que vive entre um e outro.

Hoje o rapaz se deparou com o Minotauro. E assim como a esfinge, só o deixaria ir se respondesse algumas perguntas. Hoje o rapaz respondeu as perguntas que achava corretas, e não se preocupou com aquelas que de nada serviriam em sua vida.

Hoje o rapaz viu o labirinto. Hoje o rapaz sentiu as curvas perigosas daquele local. Hoje ele se deparou com a sua solidão.

Hoje, e apenas hoje o o trovador, o poeta, o herói, o garoto e rapaz se depararam com o mesmo labirinto. Com as mesmas curvas. Com os mesmos obstáculos.

Com a mesma solidão. E apenas por hoje, decidiram se unir para batalhar contra ela. Isso tudo foi hoje. Hoje o rapaz não viu a lua. Mas também não viu o sol.

Hoje, apenas hoje o trovador, o poeta, o herói, o garoto e o rapaz se depararam com o mesmo labirinto. E perceberam que possuiam as mesmas respostas das diferentes perguntas que procuravam.

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