domingo, 31 de maio de 2009

Rosa Branca


Acredito que a vida é feita de ciclos. Uns são iniciados; caminham para seu desenvolvimento e terminam. Acabam. Encerram.
Há nove anos exatamente, um ciclo da vida terminou. Acabou. Encerrou-se. Há nove anos atrás, uma dor enorme tomou conta daquele coração; um vazio tomou conta daquela alma e uma melancolia tomou conta daquele sorriso.
No dia 31 de maio de 2009, eu conheci a rosa branca, que faria sentido pra mim somente alguns anos mais tarde. Naquele dia, no período da manhã entreguei uma certa prova de física em branco, e quase reprovei. Naquele dia, não dei meu abraço costumeiro e nem meu beijo de despedida. Naquele dia, naquele fatídico dia, não teve uma palavra de graça. 

"Agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou. Vai ser difícil sem você, porque você está comigo o tempo todo e quando vejo o mar, existe algo que diz, que a vida continua e se entregar é uma bobagem. Já que você não está aqui, o que posso fazer? É cuidar de mim. Quero ser feliz apenas (...) Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?"
(Vento no Litoral - Legião Urbana)

Desde aquele dia, daquele ano, que o dia de hoje é celebrado com a memória. Com a saudade. Com a inspiração de que o hoje foi melhor que o ontem e será pior que o amanhã. A inspiração daquilo que tive como ideal por um bom tempo. Transformar aquela dor, lá do início, em saudade e conforto.
Muitos me disseram que é a ordem natural da vida. Outros, que a viagem foi tão longa que só verei aos 90 anos. Outros não disseram nada. Aceitaram o fato, e com um simples abraço, um simples beijo, uma SIMPLES ACAO, conseguiram abrir seus corações e confortaram-me da mágoa.

"Se sua mãe tiver passado desta vida para a outra, você escolherá a flor branca, e a guardará sempre sagrada em seu coração. Que a presença desta flor sempre desperte as felizes memórias dela  e lhe fortaleça em seus esforços para ser digno das esperanças e aspirações dela por você."
(Cerimônia das Flores - Ordem DeMolay)

A falta é grande. O ciclo sem um dos meus pilares prossegue sua jornada. Foram-se alguns acontecimentos importantes da minha vida; mas a lembrança nunca se dissipou. Disseram-me também que o tempo curaria todas as feridas. Mas como toda boa ferida profunda, sempre sobra a cicatriz. Poderia retirar a cicatriz, mas estaria tirando uma parte de mim junto dela.
A dor é menor. E as pessoas queridas, sabem exatamente o que fazer. E elas, inconscientemente, ou até de propósito, executam a melhor ação ou palavra.
Os agradecimentos para as pessoas que me auxiliam nessa caminhada seriam infinitos. As portas abertas, o aconchego, são inexplicáveis.
O dia 31 de maio de 2000 foi a tristeza concretizada em uma notícia recebida dentro de um Uno Vinho. Foi sentida por um abraço de uma irmã especial. Foi introjetada por um último sonho. Uma última visão de um sofá, um filme, e o tão cobiçado momento de despedida. 

Eu te amo. E não tenho mais palavras para exemplificar isso... 

2 comentários:

  1. Sempre nos perguntamos, essas horas o que será depois, neste sábado vi um irmão isolado dando a si mesmo um pouco do merecido momento de solidão, e pensei comigo ao olhar o horizonte escuro, que a vida nos traz possibilidades e sonhos, que são incompreensívelmente nos dado de presente pelo Pai Celestial. Assim é a vida: incompreensível a nossos olhos mortais.

    "(...)As mãos dos amigos nos conduzem e as mãos doa coveiros nos enterram."

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Caquinho... sempre lindo... em momentos diferentes, com pessoas diferentes, sentimos coisas muito parecidas... se pudessemos voltar e mudar tudo seria mais confortavel, mas nao eh possivel...
    A saudade so aumenta, mas pelo menos eles nos deixaram algo pra sentir... sao nossos pra sempre, ninguem vai tirar...
    Te amo muito e estou sempre com vc!
    Beijinhos,
    Dri.

    ResponderExcluir