quinta-feira, 11 de junho de 2009

Amor é...

Outro dia o poeta se apaixonou. O artista amou. E o homem sentiu.
Outro dia, o sentimento surgiu na forma de uma carta. Na forma de uma canção. Na forma de uma rosa. Não daquela rosa branca, triste.
Outro dia, aquele sentimento que os poetas se perderam, que os artistas se frustraram, o homem sentiu.
E tentou defini-lo. Sentou em frente ao seu computador. Abriu o editor de textos e colocou o título: Amor é... (reticências)
Lembrou daquela música do Legião Urbana, com a letra de Camões:

"Amor é fogo que arde sem doer. 
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer."

Não poderia competir com tais palavras. Nunca. Mas poderia tentar. E com uma música de fundo, pensou em como poderia descrever sua idéia de amor. O que seria amor. Como defini-lo. 
Lembrou que amor era conquista e renúncia. Era estar e ser. Era amar e ser amado. O AMOR é amar. É estar amando. É ser amado. O sentimento amor engloba todas as formas que a palavra fornece: verbo, substantivo, adjetivo. Está tudo lá. 
Mas ainda assim não conseguia defini-lo. Sua cabeça doía pois precisava encontrar o verdadeiro sentido para o amor.
A música iniciava por uma pergunta: Como pode ser gostar de alguém, e esse tal alguém não ser seu? E prosseguia com uma bela declaração. Declarar. Dizer. Verbalizar.
O amor então obriga o ser amante a declarar-se? Sim! De alguma forma, o sentimento é intenso. Forte, que chega a sufocar. E da maneira mais simples, ele surge e afeta o outro.
Mas o amor também é renúncia. É saber dizer o Não; e terminar a história com o ponto final.
Outro dia o garoto percebeu que não existiam princesas. Mas existiam rainhas. Existiam dragões, obstáculos e florestas de espinhos para impedir o encontro.
Percebeu também que o amor era encontro. Era a união de duas pessoas no tempo certo no local exato. Mas era também o olhar de descoberta.
Pensou que amor poderia ser oportunidade. Não conseguiu pensar muito nisso, mas refletiu. E o que seria o ato de refletir senão o movimento de olhar a si-próprio? Refletiu. Pensou. Elaborou. E percebeu que o amor não possui definição.

"É só isso,
Não tem mais jeito,
Acabou,
Boa sorte

Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará

Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado,
Não há paz

Tudo o que quer de mim
Irreais,
Expectativas,
Desleais."

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