sexta-feira, 26 de junho de 2009

Medo é...

Outro dia tive que pensar no medo. Sei que o medo é um sentimento primitivo do homem, que o acompanha desde que ele conheceu sua subjetividade. Mas o que é o medo?

O medo tende a levar a paralisação. O medo segura a ação e condena o pensamento. O que é sentir medo? É a covardia nos braços daquele que pensa. É o Leão de O Mágico do Oz andando na velha trilha de tijolos amarelos.

O medo condena. O quê? O medo paralisa. O quê?
Tive que pensar no que tenho medo (além de aranhas). Como faço para mudar esse medo? O que me motiva a ter medo?

As ações rumo ao desconhecido são um ponto de meu medo. A insegurança em saber se aguentaria o tranco é outro ponto. Descobri que meus medos estão ligados a verbos. Verbos que garantem a total paralisação do ser.

Medo é estar ansioso perante aquilo que não se sabe. Medo é não querer se deixar levar pelas emoções. Medo é desacreditar. Assim como o poeta pensou no amor, teve que pensar no medo. Medo é a ação do boicote. O sentimento de medo é desesperador. Ele catalisa e agiliza a dor.
Medo é não querer sentir a frustração. Não querer se dar por vencido. Não aceitar as limitações.

O meu medo é do futuro. Daquilo que quero construir mas não sei como. Precisava pensar sobre o medo, mas não tive coragem. O Mágico de Oz precisaria de diversos diplomas de coragem para entregar aos medrosos. Aos covardes. Aqueles que são imobilizados pelo sentimento primitivo.

O meu diploma explode na parede. A construção do meu futuro depende exclusivamente de mim. Nomear meus medos interiores é trabalho árduo, porém não impossível. Descartes dizia: "Penso, logo existo" como sendo o pensamento antecessor até mesmo da própria existência. Digo eu, completando Descartes: "Penso em meus medos, logo existo!"

Pensar é um ato involuntário, assim como o bater do coração. Mas pensar sobre aquilo que me amedronta, é uma escolha; e uma escola. Meus medos são minhas inseguranças guardadas em baús no sótão de minha mente. Mentes Perigosas.

O medo é a angústia da perda, é a ansiedade da resposta. É a ânsia pelo exagero.
Conforma-me saber que o medo é intrínseco ao ser humano. Assim como a raiva, como o ciúme, como o amor; o medo é o frio na barriga da incerteza.
Aceito a ideia. O meu medo é igual ao de todos, porém o objeto do meu medo é único. E em conjunto com minhas inseguranças, surge a sensação de solidão. O medo antecipatório de estar sozinho; de ficar sozinho. De me perder em minhas jornadas.

Dom Quixote visitava os moinhos. Mas tinha Sancho.
Chico-Chicote era o Cavaleiro da poesia! O Guardião da Palavra! O Guerreiro das Ideias! Mas tinha Rosicler.
Bentinho teria Capitu. Mas a solidão o consumiu. Quirino queria Maria, mas ela já era do Pássaro.

A solidão é o medo. O medo é a ação. E o sorriso se vai. O coração sente. E a alma libera uma pequena lágrima... pequena, ou média.
O poeta fingiu todas as dores que deveria ter tido. Mas esqueceu-se que a solidão era uma das principais.

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