terça-feira, 12 de maio de 2009

Sentimento Cinematográfico


O Cinema tenta imitar a vida. Fato.
Agora, que em muitos momentos, ele consegue ser melhor, esteticamente falando, é verdade. Fato 2.
Sempre pensei em uma música para os momentos românticos. Algo parecido com uma... trilha sonora. Isso! "Caco's Love Moments Soundtrack". (Em inglês fica mais bonito).
Quais músicas estariam naquela playlist? Como casa-las corretamente ao momento, usando apenas um iMovie simples?
A resposta é que não sei se conseguiria o mesmo impacto. Como interpretar um sentimento genuíno de forma tão cinematográfica? Como?
O Ator se viu na encruzilhada da vida. E perguntou-se se valia a pena investir. Sempre valeria a pena, e ele investiu. "Flightless Bird, American Mouth" começou ao fundo. Enquanto seguia em frente, suas pernas tremiam, seu coração batia forte, como se estivesse na boca. E ele não parou em momento algum.
O Ator misturava-se com seus personagens. Mas era ele mesmo. E a grande muralha que colocava em si, cada vez apresentava-se mais cristalizada. Daqui a pouco, o ator estaria dentro de uma sala de cinema, assistindo sua própria vida passar. Sairia apenas para encher o refil da pipoca; e comprar outro refrigerante.
O ator estava perdido e não sabia como sair da areia. Queria encontrar o sentimento genuíno, mas nem o cinematográfico conhecia. Percebeu que estaria sozinho caso tivesse que sair do cinema; não haveria ninguém para contar a parte que perderia do filme, da sua vida!
Aquilo era desesperador. O desespero era genuíno, mas não poderia ser só isso! Não! Deveria haver algo mais. E a alegria, a felicidade, o bem-estar? Isso era cinematográfico. O Ator não sabia como interpretar, pois nunca havia sentido tal sentimento de pertença que tanto almejava.
O Ator então, percebeu que enquanto continuasse a interpretar os sentimentos, eles nunca passariam de cinematigráficos para genuínos. Sempre continuariam sendo a mentira de uma noite onde nem sequer a lua quis mostrar sua força.
O Ator enclausurou-se em sua tela plana, com seu som Dolby Surround 7.1 e continuou assistindo aquele filme em formato Blu-Ray. Claro, a moda agora, é alta-definação.
Mas o pensamento continuava em sua mente. Em alta-definição, ficaria mais fácil enxergar o enorme símbolo de II (indicando que a tecla PAUSE estava ativada).

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