Ao assistir "Chicago" percebemos que é um filme a mais. Não é apenas um musical, não é apenas um filme de tribunal.
Chicago é uma mistura. E desde os primeiros minutos, até os créditos finais, percebe-se que há diversas histórias que se entrelaçam, criando uma teia com base musical.
Chicago é uma experiência que nos faz olharmos para nós mesmos, porque são os nossos sonhos...
São os nossos sonhos que ficariam presos em uma cela.
Até onde iria a ambição? Até onde iria a vontade? O querer?
Um sonho que perdura. Uma ambição que faz com que seja necessário subir nos outros para conquistar seus objetivos.
E uma reflexão com um som musical.
Crimes que são compreendidos com a naturalidade do destino. E a música começa.
Um estalar de dedos que transforma. A realidade naquele pensamento. E a vida, tão branca e preta, se torna colorida. Com contas e luzes.
E a realidade, tão silenciosa, transforma-se em um circo.
Chicago é o retrato da nossa sociedade. Da nossa vida. E o que seria dela, se não tivéssemos momentos de calmaria?
Porque a música, em Chicago, é a fuga de todas as personagens. E o ato de cantar, é o pedido de socorro. Cantar para não chorar. Cantar para espantar todo o mal.
Cantam para seguir com a realidade. Com aquela realidade que as levou a um caminho angustiante, fechado, como as celas de uma prisão.
O tango começa. As celas se abrem. E cada uma vai cantando seu passado. Percebem que a vida apenas segue para frente, apesar de haver retornos em pontos específicos.
A única "not guilty" faz seu número de desaparecimento. E surge enforcada na frente de todos. Tudo porque não pôde ser defendida.
Enquanto continuavam a cantar, suas vidas deixavam de ser menos angustiantes. E encontravam um pequeno momento de calmaria.
O Grande Final surgiria como a junção do sonho e da realidade. E nas palavras do poeta "Sonho parece verdade, quando a gente esquece de acordar", naquela Chicago, aquelas pessoas só acordariam, caso conseguissem alcançar seus ideais, suas ambições.
Tudo naquela nebulosa e chuvosa Chicago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário