sábado, 4 de abril de 2009

Braços Abertos



Ele me recebeu de braços abertos. E ainda colocou um belo arco-íris na entrada da cidade.

O Rio de Janeiro é a Cidade Maravilhosa. Possui um coração em forma de lagoa e esconde segredos muito bem guardados.

Fui ao Rio. Meus presentes de aniversário foram passeios pela cidade. Desde o Corcovado, o Bondinho, a calçada famosa de Copacabana, até Ipanema.

Andei pela Praia de Ipanema da forma mais clichê possível: Ao som de "Garota de Ipanema" (Versão Tom Jobim e Frank Sinatra); coloquei meus pés na calçada famosa de Copacabana - Princesinha do Mar e deixei-me levar pelas ondas.

Fui ao Cristo. E recebi seu abraço. Senti a emoção percorrer fundo pela coluna e eriçar os pêlos. Foi algo maior do que a religião. Foi algo novo. Fazer parte de um patrimônio da humanidade. Andei nos dois (sim 2) bondinhos do Morro da Urca e Pão de Açucar (lugar de gente infeliz, feliz, triste, alegre...) e percebi como somos pequenos na imensidão da terra.

Subi em mirantes, e quanto mais subia, minha pequena peregrinação tomava forma. Questionamentos sempre surgiam, e mudanças dos meus valores aconteceram.

O dia seguinte foi em Petrópolis. Cidade Imperial, sede do Museu Imperial. Da Coroa do Brasil.

A Coroa do meu povo. Daqueles que juntos de mim, tentam batalhar por um país justo e democrático. A Coroa não é minha. Não foi de D.Pedro I e nem de D.Pedro II. A Coroa do Brasil é do Brasil. É de todos nós. É o símbolo máximo de que podemos nos elevar. A Coroa do Império obrigou-me a me ver como habitante ativo de meu país. E me emocionou.

Mais a frente, deparei-me com uma carta. No quarto de Princesa Isabel (ainda dentro do Museu). Ao lê-la, percebi que estava de frente à Lei Áurea. Outro ponto essencial no dia de hoje. Com aquele documento, de uma folha, extinguia-se um modelo de convivência há muito solicitado. Com algumas simples palavras, expressava-se o desejo de sermos todos iguais. Foi o começo, de uma luta que vem até hoje. E me emocionei.

Atrás de nosso Hotel, estava o Palácio do Catete, e consequentemente, o Museu da República. Fui da República ao Império (e não ao contrário) em menos de um dia. Entendi que a história é mais viva, pulsante, do que imaginava, e que ela se encontra nos pequenos detalhes. O traje Majestístico era verde e amarelo; assim como sua coroa. A Coroa que simbolizava a NOSSA ânsia pelo descobrimento, pelo desenvolvimento, e pela paz. E me emocionei.

O garoto encontrou o maestro na praia e juntos foram ao Largo. Lá, avistaram o Poeta, que escrevia em seu livro "Olhos de Ressaca" enquanto olhava para o mar à sua frente. E se emocionou.

A emoção foi o ápice desta visita. Em todos os momentos, emociononei-me ao me ver subindo e ampliando minha consciência. O Frio na barriga foi intenso ao adentrar pelas portas da Catedral e ver que o Imperador deitava-se alí em minha frente. Separado apenas por uma grade, estavam eu, um brasileiro que não desiste nunca, de um outro brasileiro, que ajudou a sustentar a tradição deste solo que piso.

O Rio de Janeiro serviu de palco para descobertas. Para aprendizados e acima de tudo para reflexões. Reflexões que pediram a junção da mente, do corpo e do coração.

E o aniversário tornou-se apenas o pretexto para que tal fusão pudesse ocorrer...

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