sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Artista Apaixonado


Ao som de um piano. Simplesmente ao som de um piano é que a catarse acontece.
O piano é som que a alma precisa. É a ilusão que o coração procura.
É a desilusão que a mente obedece.
O Artista se perdeu. Lá no fundo, em sua mente, o piano seria o símbolo eterno de sua condição. Mas nenhuma condição poderia ser eterna.
O Artista queria enxergar. Mas apenas via o mundo. Via a simplicidade, quando queria enxergar a complexidade.
Apenas a complexidade do sentimento expresso pelo piano. E pelo pianista. E pelo sentimento, e pela sensação. E por que não, a intuição e o pensamento também?
A música que o pianista tocou, tocou a alma do artista. E a arte do artista, foi o centro da ação do pianista.
São as contradições que culpariam a rotina do ser. Mais ainda, as existências do homem.
O Artista, o pianista, o piano, e a dor se misturaram naquela melodia. Naquela Ode, naquela sentença, naquela emoção.
O Artista olhava para mundo, e o mundo aparecia como uma tela em branco. Então o Artista pensava em Locke, e começava a escrever sua história naquela folha em branco. Até perceber que ela continuaria em branco.
Enquanto isso, o pianista tocava a alma dela com aquelas notas, com aquele sentimento de plenitude/felicidade/compaixão. E o artista, que era o pianista, sentia a dor.
O Poeta Pena quando cai o pano e o pano cai dizia o Teatro. O pano cai e mostra a intensidade do sentimento, assim como a máscara do artista. O poeta então, pensava que era um tanto bem maior.
Mas o ser humano é maior do que suas partes. E ele sabia que era um ser maior. Apenas para ela que não. Ela continuava nunca pensando nele. Pelo menos era o que aparentava.
E entre artes, pianos, artistas e pianistas, o Palhaço Pena percebeu que a poesia era metamorfoseada em cifrão. E todas as suas obras, estavam em leilão.
Olhou para o lado, e pensou apenas naquele poente, que mais parecia nascente. Olhou para o céu, que mais parecia mar. Enxergou a poesia na música como a música no arco-íris. E a catarse surgiu. A Explosão surgiu com a intensidade de um vulcão. E o poeta/artista/pianista se enxergou como o único responsável por sua condição. Sua dura, estagnada e dolorida condição humana.

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