sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A espera do tempo

Se perder pelas ruas minúsculas da Itália não tem preço. Programar uma viagem e descobrir que 60% dela foi feita na sorte, significa apenas uma coisa: Siga em frente.

Enquanto eu estava na Europa, eu vivi algo parecido ao relatado naquele filme. Tanto que fui 2 vezes ao cinema assisti-lo.

O filme dizia que a protagonista faria uma viagem de um ano para aprender: Aprender a comer na Itália, aprender a orar na Índia e aprender a amar na Indonésia.

Três I`s.

Mas a minha viagem foi um pouco diferente. Foram também três países. Portugal, França e Itália. E sim, parafraseando tal história, eu aprendi coisas distintas em cada um deles:

Em Portugal eu aprendi. (ponto).
Aprendi a comer bacalhau com azeite e azeitona. Aprendi a orar, a trazer mais próximo de mim o meu lado espiritual. Aprendi a amar. Amar as oportunidades que me foram apresentadas.

Lá na cidade de Coimbra, minha primeira residência solitária, eu percebi o tamanho dos meus passos. Percebi a imensidão das minhas escolhas.
Depois na França, em cima da Torre Eiffel, eu tive certezas que me acompanhariam por toda a minha vida. Aquelas certezas que se tornam absolutas. E lá na França, terra do romantismo, do "l'amour", "je t'aime", eu percebi que quando se tem certezas absolutas, a vida te mostra que nada é para sempre.
Uma semana antes de ir para a Itália eu tive frios na barriga constantes. mais até da minha viagem a Portugal. Engraçado, porque o pior já tinha passado. E ao chegar em Roma e de lá ir pra Firenze, Bolonha, Veneza, Verona e Milão, percebi que as vezes, a melhor companhia pode ser você mesmo.

"Melhor só que mal acompanhado" dizem. Estar sozinho pode ser a melhor companhia para um certo momento. E na Itália, se estivesse acompanhado, não teria sido tão significativo.

Aprender a comer. Não literalmente, mas sim, metaforicamente. Comer simboliza o auto-preenchimento, isto é, sentir-se com conteúdo, encher-se de vida. De energia vital. Na Itália, aquela personagem não aprendeu a comer, mas sim, aprendeu a se preencher.

Aprender a Orar. Quando vivemos nossas vidas apenas na oração, nos transformamos em fanáticos, porque o ato de orar ou rezar, significa apenas, meditar. Conversar consigo próprio, ouvir aquela voz interna. Na Índia, ela não aprendeu a orar. Mas sim, aprendeu a se olhar. A estar em contato consigo mesma.

Aprender a amar. Ninguém aprende a amar. Amar é uma ação inconsciente do ser humano. Cada um ama de uma forma, mas o amor é universal. E na Indonésia, ela não aprendeu a amar. Mas sim, deu possibilidade para se sentir amada.

Acredito que todos podemos ter um momento "Comer Orar Amar" sem nos preocuparmos em fazer uma longa viagem. Podemos ter um momento de transformação, de mudanças, quando começamos a querer a mudar nossa percepção do mundo.

Ai sim, nós podemos começar a re-aprender várias coisas, dentre elas, sentir-se saudável biologicamente (comendo), psicologicamente (orando consigo próprio) e socialmente (amando ao outro e a si).

Uma tríade sabiamente escolhida. Pois apresentam um momento arquetípico em nossa evolução. Comer, mas não simplesmente comer. Orar, mas não apenas orar. Amar, mas não simplesmente amar.

Tudo o que fazemos há um sentido. E com a intensidade desejada, nada é simplesmente algo.

Coma com intensidade.
Ore com intensidade.
Ame com intensidade.

Vamos para o Carpe Diem.

AYH AYH CAPTAIN.

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